sábado, 7 de abril de 2012

Literatura através da História - parte 5


Idade Contemporânea

Inspirados pelas revoluções americana e francesa, outros países buscam e conseguem suas independência. Cria-se em cada desses países um forte sentimento de valorização da nação, da própria terra, natureza e do próprio homem natural da terra. Era uma forma de cada povo, cada nação, se afirmar como indivíduo-nação, que tem suas próprias características, seus próprios padrões de beleza, e que, portanto, não precisavam importar tais valores de nenhum outro povo, atual ou do passado.
A arte passa a refletir esse individualismo, combinado ainda com o ideal de liberdade e de que o homem bom é o homem natural, sem a influência da sociedade. A liberdade é refletida na liberdade de produção e principalmente da liberdade das emoções, dos conflitos interiores do homem, seus sonhos e ambições. A expressão desses sentimentos conflituosos e esperançosos era reforçada pelo clima de revolução ainda reinante. Esta liberdade de expressão dos sentimentos reforça ainda mais o individualismo, já que cada pessoa tem seus próprios sonhos e esperanças. Mas essa idealização interior não consegue se realizar na realidade. Esta frustração com a realidade leva muitos escritores à depressão e mesmo ao suicídio. Tal estado de espírito se torna tão comum que é chamado de mal do século.
A esse novo estilo da arte dar-se o nome de Romantismo, que veio novamente a se afastar dos padrões greco-romanos.
Com a valorização da nação como um “indivíduo”, os artistas dessa época passam a cantar a própria terra, retomando o passado histórico e criando personagens do tipo herói nacional. Na Europa a literatura retoma a Idade Média, e no Brasil as paisagens naturais e a figura do índio, como o verdadeiro homem natural da terra (leia “O Guarani”).
É bom notar que estes ideais refletem a ideologia da burguesia, agora classe dominante.
Com o tempo a ciência se desenvolveu, permitindo a indústria evoluir ainda mais, passando a utilizar o aço, o petróleo e a eletricidade (período que chamou de 2ª Revolução Industrial). Tal evolução tecnológica levou a criação de grandes complexos industriais e o conseqüente aumento da massa operária urbana. Esta última não gozava, como os burgueses, do progresso industrial, pelo contrário, era explorada e sujeita a condições subumanas de trabalho.
Os pensadores e artista começaram a tomar consciência dessa realidade, de modo que passaram a retratá-las em suas teorias e obras de arte. Por essa preocupação em retratar a realidade, esse movimento ficou conhecido como Realista.
Nas décadas de transição do séc. XIX para o XX o processo de industrialização já estava bastante difundido, criando verdadeiras nações industriais e nações fornecedores de matéria-prima e mercado consumidor. Com isto criou-se um clima de disputa entre as nações por esses mercados de consumo, o que levou a “retaliação” da África e a ampliação de influências sobre os territórios asiáticos. Com esse clima de disputa comercial criou um clima de guerra. As nações formaram alianças para se defenderem contra as nações inimigas. Assim formou a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria e Itália) e a Tríplice Entente (Rússia, França e Inglaterra). Aumentou, também, a luta entre as classes sociais. Quando a Sérvia declarou guerra à Áustria, todos os países das alianças também entraram, e mais tarde até os Estados Unidos. Era a I Guerra Mundial (1914 - 1918).
Nesse clima de conflito mundial passou-se a se negar essa realidade dura de ser compreendida. O homem passou a se refugiar dentro de si próprio, buscando sua realidade subjetiva, seu “eu” interior, o inconsciente. Tendência reforçada pelas teorias psicanalíticas de Freud, que dizia que os impulsos naturais do homem, seus desejos, estavam reprimidos no inconsciente por serem proibidos de se expressarem no meio social. Dizia ainda que os sonhos, com sua linguagem simbólica, eram uma forma de se acessar esses desejos e de satisfazê-lo de forma sublimada, de modo que o consciente não percebesse o real sentido. Os artistas, na busca de “eu” subjetivo e escondido e do lado espiritual, passaram a usar da linguagem simbólica como forma de expressão, dando ao movimento o nome de Simbolismo. Agora a morte não era mais simplesmente uma fuga da realidade, mas uma forma de se realizar o verdadeiro “eu”, pois só se libertando do corpo, a alma pode se integrar ao resto do universo.
Esse contraste entre desenvolvimento industrial e pessimismo criou um clima propício para uma efervescência artística, surgindo várias tendências com formas diferentes de se interpretar a realidade. Daí surgiram o Futurismo (exaltação da vida moderna, da máquina, da eletricidade, do automóvel, etc.), o Expressionismo (expressão das imagens nascidas do interior, sem se importar com os conceitos de beleza vigentes), o Cubismo, o Dadaísmo (“dada” não significa nada; negação do passado, presente e futuro; grito contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra) e Surrealismo (expressão do homem primitivo, do inconsciente, dos sonhos; “admitem que a razão pode dar-nos a ciência, mas afirmam que só a não-razão pode dar-nos a arte). A essa variedade de tendências convencionou-se chamar de Vanguarda Européia. Tais tendências vão influenciar os modernistas brasileiros.

parte 4 

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