sábado, 7 de abril de 2012

Literatura através da História - parte 3


Idade Média

A Idade Média tem início no ano de 476, data da queda do Império Romano do Ocidente. É bom lembrar que esta é apenas uma divisão didática. As características que marcam este período começam a se formar antes dessa data.
O poderoso Império Romano foi-se enfraquecendo diante dos constantes ataques dos povos bárbaros (eram considerados bárbaros todos os povos fora dos limites do império). Como o Império era muito grande, tornava-se difícil e caro a defesa dos territórios. Para facilitar as defesas e a administração, o Império foi dividido em dois: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (ano de 395).
O Império Romano do Ocidente não conseguiu resistir por muito mais tempo aos ataques bárbaros, e desmoronou definitivamente em 476.
Devido as constantes invasões bárbaras, e sem poderem contar muito com o poder central, os romanos começaram a buscar a proteção dos ricos proprietários de terra, se tornando colonos destes. Esses proprietários organizaram exércitos e fortificações (os castelos medievais) para se protegerem. Em torno desses castelos se agrupavam os lavradores, esperando proteção quando necessário. Em troca desta proteção eles cultivavam a terra tanto para si quanto para os senhores feudais. Assim os feudos passaram a ser cada um uma unidade política social e econômica independente, fechada e auto-suficiente. Desaparece a circulação de moeda e o comércio.
Nesse ambiente de país fragmentado, a religião cristã (declarada religião oficial de Roma ainda durante o Império em 330 por Constantino) era a que mantinha maior influência em todos os feudos. Como a Igreja era a detentora do saber (em seus mosteiros e conventos se guardavam e copiavam manuscritos latinos) passou a ser impor também moral e intelectualmente. Como seus membros sabiam ler e escrever, exerceram as funções administrativas. Por ser detentora do saber, o ensino na Idade Média estava diretamente ligada a ela, com suas escolas das catedrais e Universidades. Além desses fatores a Igreja acumulou ainda grande poder econômico. Todo esse poder social, religioso, financeiro e político, num período de vida econômica, política e social difícil, tornou a Igreja a mais poderosa das instituições da Idade Média, sobrepujando até a autoridade de muitos reis.
Todos esses fatores contribuíram para que a Idade Média ficasse conhecida como um período de trevas, já que todo o resplendor greco-romano desaparecera, e toda sua cultura confinada na Igreja.
Com o tempo as invasões bárbaras diminuíram, permitindo uma relativa paz. Surgiram novas técnicas agrícolas que permitiram a produção de um excedente. A ausência de guerras e o aumento da produção de alimentos proporcionaram o aumento populacional. Conseqüentemente o consumo dos gêneros e seus preços também aumentaram. Os senhores feudais, interessados na produção desses gêneros, ofereceram novas vantagens aos camponeses que quisessem cultivar seus terrenos, chegando mesmo a pagar o trabalho em moeda. Com isso muitos camponeses puderam comprar suas liberdades, promovendo a ruptura do sistema feudal.
Parte da população rural excedente passou a dedicar-se a atividades não-agrícolas que a nova situação fazia renascer: o comércio. Com a intensificação deste criou-se novas cidades e novos núcleos administrativos (burgos), em torno dos quais os comerciantes se estabeleciam, sendo por isso chamados de burgueses. Com o tempo esses formariam uma nova classe social: a burguesia. Mais tarde essa burguesia irá se associar aos reis no processo de reunificação dos territórios (antigos feudos já enfraquecidos) e formação dos Estados Modernos.

Apesar da Idade Média ser considerada como um período de trevas, parte dela ainda continuava brilhando. Era o Império Romano do Oriente, que ficou conhecido como Império Bizantino. Este continuava a resistir aos ataques bárbaros. Paralelamente ao sistema feudal no ocidente, este império continuou a evoluir (mesmo com vários problemas internos e externos). Nela a cultura greco-romana continuava viva, sem estarem confinadas em mosteiros. Aliás, o papado de Roma queria afirmar sua autoridade sobre as igrejas do Império Bizantino, contudo, como o Imperador era a autoridade absoluta até sobre a Igreja, criaram-se atritos que culminaram no Cisma do Oriente, que foi a separação oficial da Igreja Oriental da Igreja Ocidental.
A capital do Império, Constantinopla, tornou-se o maior centro comercial da Idade Média, devido, principalmente, a sua posição estratégica. Nela terminavam as rotas que vinham da Ásia Menor, Rússia e Extremo-Oriente. Com isto se tornou o principal ponto de distribuição das mercadorias orientais para o ocidente europeu. Tão importante foi o papel desta cidade, que sua tomada pelos turcos em 1453 marca o fim da Idade Média.


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