Idade Média
A Idade
Média tem início no ano de 476, data da queda do Império Romano do
Ocidente. É bom lembrar que esta é apenas uma divisão didática.
As características que marcam este período começam a se formar
antes dessa data.
O
poderoso Império Romano foi-se enfraquecendo diante dos constantes
ataques dos povos bárbaros (eram considerados bárbaros todos os
povos fora dos limites do império). Como o Império era muito
grande, tornava-se difícil e caro a defesa dos territórios. Para
facilitar as defesas e a administração, o Império foi dividido em
dois: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (ano
de 395).
O
Império Romano do Ocidente não conseguiu resistir por muito mais
tempo aos ataques bárbaros, e desmoronou definitivamente em 476.
Devido
as constantes invasões bárbaras, e sem poderem contar muito com o
poder central, os romanos começaram a buscar a proteção dos ricos
proprietários de terra, se tornando colonos destes. Esses
proprietários organizaram exércitos e fortificações (os castelos
medievais) para se protegerem. Em torno desses castelos se agrupavam
os lavradores, esperando proteção quando necessário. Em troca
desta proteção eles cultivavam a terra tanto para si quanto para os
senhores feudais. Assim os feudos passaram a ser cada um uma unidade
política social e econômica independente, fechada e
auto-suficiente. Desaparece a circulação de moeda e o comércio.
Nesse
ambiente de país fragmentado, a religião cristã (declarada
religião oficial de Roma ainda durante o Império em 330 por
Constantino) era a que mantinha maior influência em todos os feudos.
Como a Igreja era a detentora do saber (em seus mosteiros e
conventos se guardavam e copiavam manuscritos latinos) passou a ser
impor também moral e intelectualmente. Como seus membros sabiam ler
e escrever, exerceram as funções administrativas. Por ser
detentora do saber, o ensino na Idade Média estava diretamente
ligada a ela, com suas escolas das catedrais e Universidades. Além
desses fatores a Igreja acumulou ainda grande poder econômico. Todo
esse poder social, religioso, financeiro e político, num período de
vida econômica, política e social difícil, tornou a Igreja a mais
poderosa das instituições da Idade Média, sobrepujando até a
autoridade de muitos reis.
Todos
esses fatores contribuíram para que a Idade Média ficasse conhecida
como um período de trevas, já que todo o resplendor greco-romano
desaparecera, e toda sua cultura confinada na Igreja.
Com o
tempo as invasões bárbaras diminuíram, permitindo uma relativa
paz. Surgiram novas técnicas agrícolas que permitiram a produção
de um excedente. A ausência de guerras e o aumento da produção de
alimentos proporcionaram o aumento populacional. Conseqüentemente o
consumo dos gêneros e seus preços também aumentaram. Os senhores
feudais, interessados na produção desses gêneros, ofereceram novas
vantagens aos camponeses que quisessem cultivar seus terrenos,
chegando mesmo a pagar o trabalho em moeda. Com isso muitos
camponeses puderam comprar suas liberdades, promovendo a ruptura do
sistema feudal.
Parte da
população rural excedente passou a dedicar-se a atividades
não-agrícolas que a nova situação fazia renascer: o comércio.
Com a intensificação deste criou-se novas cidades e novos núcleos
administrativos (burgos), em torno dos quais os comerciantes
se estabeleciam, sendo por isso chamados de burgueses. Com o
tempo esses formariam uma nova classe social: a burguesia. Mais
tarde essa burguesia irá se associar aos reis no processo de
reunificação dos territórios (antigos feudos já enfraquecidos) e
formação dos Estados Modernos.
Apesar
da Idade Média ser considerada como um período de trevas, parte
dela ainda continuava brilhando. Era o Império Romano do Oriente,
que ficou conhecido como Império Bizantino. Este
continuava a resistir aos ataques bárbaros. Paralelamente ao
sistema feudal no ocidente, este império continuou a evoluir (mesmo
com vários problemas internos e externos). Nela a cultura
greco-romana continuava viva, sem estarem confinadas em mosteiros.
Aliás, o papado de Roma queria afirmar sua autoridade sobre as
igrejas do Império Bizantino, contudo, como o Imperador era a
autoridade absoluta até sobre a Igreja, criaram-se atritos que
culminaram no Cisma do Oriente, que foi a separação oficial
da Igreja Oriental da Igreja Ocidental.
A
capital do Império, Constantinopla, tornou-se o maior centro
comercial da Idade Média, devido, principalmente, a sua posição
estratégica. Nela terminavam as rotas que vinham da Ásia Menor,
Rússia e Extremo-Oriente. Com isto se tornou o principal ponto de
distribuição das mercadorias orientais para o ocidente europeu.
Tão importante foi o papel desta cidade, que sua tomada pelos turcos
em 1453 marca o fim da Idade Média.
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